O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, defendeu novamente nesta segunda-feira mudanças nas normas de fiscalização de contratos das estatais, em meio a denúncias de suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

Segundo ele, as empresas estatais estão “fora do alcance” do sistema de controle interno do Poder Executivo, que atualmente é incompleto. Apenas as auditorias anuais de contas, “procedimento basicamente formal — burocrático, de baixa efetividade para fins de controle”, analisam os contratos dessas companhias, “por onde passa parcela mais vultosa dos investimentos federais”.

Em evento que marca o Dia Internacional contra a Corrupção (9 de dezembro), o ministro afirmou que “necessário seria, além de outras medidas, introduzir em cada uma dessas empresas estruturas de controle interno próprias e efetivas, com alcance e competências que teriam de ir muito além daquilo que fazem hoje suas unidades de auditoria interna”.

“O que acaba de ser descoberto na Petrobras constituiu clara evidências do que aqui se afirma. E a decisão recentemente noticiada de criação de uma diretoria de compliance naquela empresa é a mais cabal confirmação do qu e procurei demonstrar”, discursou.

Ao Valor PRO, serviço de tempo real do Valor, Hage já havia defendido mudanças no controle das estatais. No evento desta segunda-feira, ele se posicionou ainda a favor da reforma política, inclusive do financiamento p úblico de campanhas, além da reforma judicial para acelerar o julgamento de processos. Hage também destacou que a “CGU representa apenas 0,05% das despesas da União, considerando seu orçamento total”.

Lembrou que “somente nas últimas semanas foram instauradas cerca de duas dezenas de processos em face de dirigentes, ex-dirigentes e empregados da Petrobras”, além de nove processos contra empresas suspeitas de fraude e pagamento de propina em suas relações com a Petrobras. No discurso, Hage não citou os nomes das pessoas nem das companhias. Disse apenas que oito empresas são nacionais e uma é estrangeira.

Fonte: Valor Economico
Por Thiago Resende
BRASÍLIA
08/12/2014 às 11h15

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